Recentemente inaugurada, a ciclovia da Avenida Paulista, em São Paulo, tem 2,7 km de extensão e foi construída no canteiro central, com pista exclusiva, e está localizada entre a Praça Oswaldo Cruz e a Avenida Angélica. Trata-se de uma obra muito aguardada na metrópole que possui mais de 7 milhões de habitantes e é reconhecida pelo trânsito extremamente caótico.
Os defensores da ampliação das ciclovias nas grandes cidades alegam que elas ajudam a proteger a vida dos ciclistas, facilitam a circulação da população em geral na cidade e ainda por cima diminui o tempo perdido no trânsito. Isso sem falar no incentivo para a prática esportiva de atletas e amadores do ciclismo.
Mas antes de existir a ciclovia, o carro, o trânsito das grandes capitais, existiu a bicicleta. Documentos do Museu de Madrid atribuem a invenção da magrelinha a Leonardo da Vinci, ainda no séc. XV, mas o projeto nunca saiu do papel. Uma versão mais parecida com a bicicleta que conhecemos data de 1818 em Paris. De lá para cá ela passou por muitas modificações até ser a “máquina” que conhecemos hoje.
Uma invenção com mais de 100 anos
A primeira ciclovia também é uma invenção francesa de 1862 para que os ciclistas não se misturassem às charretes e carroças da época. Na verdade, existem vários tipos de ciclovia como as de tráfego compartilhado, ciclofaixa e a ciclovia. Somente a ciclovia é um espaço segregado para as bicicletas e ciclistas.
Para que uma ciclovia seja boa, alguns aspectos devem ser levados em conta como por exemplo a infraestrutura. É necessário um estudo sobre rede viária, entender o trânsito e cruzamentos que ficam próximos à ciclovia e escolha do piso adequado. Segundo Gregory Mâitre, da empresa de selante asfáltico Betuseal, o piso é fundamental “pois um bom material impede a ação de agentes responsáveis pela sua degradação prematura, como os raios UV e infiltração de água”.
Diferente da maioria das ciclovias, que são pintadas com tinta vermelha para facilitar a sinalização, a obra da Avenida Paulista é feita com concreto pigmentado com coloração. Este tipo de ciclovia tem muitas vantagens em relação as asfaltadas como aponta Gregory “as ciclovias de concreto não precisam de uma iluminação pública forte, pois o concreto possui coloração bem mais clara do que o asfalto e armazenam muito menos e calor, além de ser antiderrapantes”.
As ciclovias ainda são um ótimo investimento para o meio ambiente. Com menos carros circulando, a poluição sonora e atmosférica tem seus índices reduzidos e consequentemente melhoram qualidade de vida, indicadores de saúde e de expectativa de vida.