Fotografar conflitos armados é provavelmente a mais difícil tarefa para um fotógrafo. Fora os riscos inerentes, o profissional de fotografia precisa, enquanto procura se manter vivo, ajustar ângulos, buscar enquadramentos e as melhores condições de iluminação e outros elementos que fazem parte de uma boa foto.
O Clube das Curiosidades convidou Rogério Von Kruger, fotógrafo de casamentos e eventos no Rio de Janeiro, para fazer uma lista com os maiores fotógrafos de guerra de todos os tempos. Eles são verdadeiros heróis, graças às suas belas e impactantes imagens, que eternizaram o horror da guerra.
Robert Capa
Considerado o maior de todos os fotógrafos de guerra de todos os tempos, sua importância para a categoria é tão grande que deu origem ao prêmio Robert Capa Gold Medal, para fotojornalistas que registram conflitos em zonas conflagradas.
Robert Capa, na verdade Andrei Friedman, ganhou notoriedade pelo seu estilo autodidata, e por registrar os principais conflitos do século passado, como a Guerra Civil Espanhola, a segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã.
Capa morreu em 1954, enquanto registrava um conflito no Vietnã. Ao pisar numa mina terrestre, teve seus membros inferiores dilacerados, o que não o impediu de segurar sua câmera até o último segundo de vida.
James Nachtwey
Um dos maiores fotógrafos de guerra de todos os tempos, James Nachtwey, assim como Robert Capa, é um fotógrafo autodidata, que aprendeu o ofício sozinho. Começou como fotógrafo em jornais do Novo México e Nova Iorque. Desde 1981, quando foi escalado para cobrir eventos na Irlanda do Norte, ligados à atuação do IRA (Exército Republicano Irlandês).
James notabilizou-se por diversas coberturas dos mais importantes conflitos armados recentes, como os massacres em Ruanda e a atuação da ONU na Somália, ambos na primeira metade da década de 1990. Sua câmera registrou também confrontos na América Central, Nicarágua e a Guerra Civil no Líbano.
Em sua brilhante carreira, recebeu diversas honrarias e prêmios, entre eles 5 Robert Capa Gold Medal. Sua trajetória inspirou o diretor Christian Frei a realizar o documentário Fotógrafo de Guerra, em 2001.
Don McCullin
O inglês Donald McCullin destaca-se entre os fotógrafos de guerra por ter estado ao lado dos combatentes, quando foi enviado pela RAF, a Força Aérea Britânica, para registrar o conflito no Canal de Suez, Egito, em 1956. Registrou crises humanitárias como em Biafra, na África, além de conflitos no Vietnã, Irlanda do Norte, El Salvador e diversos outros países.
Ganhou relevantesprêmios como o World Press Photo Award, graças às imagens que fez da guerra no Chipre e a Medalha de Ouro de Varsóvia. Em 2012, os diretores David Morris e Jacqui Morris lançaram um documentário baseado na sua extensa carreira, que contabiliza 50 anos registrando conflitos em todo o mundo.
Stanley Greene
Vencedor de cinco prêmios World Press Photo, Stanley é um dos mais prestigiados fotógrafos de guerra atuais. Sua objetiva registrou os horrores de conflitos armados na Chechênia, Russia, Iraque e Somália.
Stanley se diferencia por aliar ao seu trabalho o ativismo político. Ex-membro do Panteras Negras e admirador confesso de Che Guevara, documentou o conflito checheno ao longo de uma década, posicionando-se claramente a favor da causa rebelde.
André Liohn
O brasileiro, vencedor do Robert Capa Gold Medal de 2012 com imagens dos conflitos na Líbia, os mais violentos dos vários ligados à Primavera Árabe, em que teve de lidar inclusive com a morte de dois colegas por um disparo de morteiro. Ele ainda pode se orgulhar de ser o primeiro sulamericano a receber o prêmio, instituído em 1955.
Além da Líbia, André registrou imagens de guerras na Somália e Síria. Lidera, junto com um grupo de importantes fotógrafos, um projeto com o objetivo de ajudar vítimas dos conflitos na Líbia.