A eliminação de microrganismos potencialmente infecciosos em materiais hospitalares e cirúrgicos é disciplina por extensa legislação no Brasil. A Resolução de Diretoria Colegiada, RDC, da Anvisa nº 307/2002, dispõe sobre uma série de procedimentos relativos a projetos em estabelecimentos de saúde, no sentido de disciplinar as atribuições dos prédios e unidades de saúde a serem construídas.
Outra importante RDC é a de número 306/2004, que trata do gerenciamento de resíduos hospitalares e infectantes nos serviços de saúde. Pelos riscos envolvidos, principalmente à saúde dos pacientes, um dos temas que mais exigem a atenção dos legisladores e o esforço permanente dos profissionais de saúde é a esterilização de ambientes e materiais. Não seria para menos, afinal, no Brasil, morrem anualmente 100 mil pessoas, vítimas de infecção hospitalar ou em decorrência de falhas na higienização de UTI’s, CTI’s ou materiais utilizados nos procedimentos cirúrgicos.
Como os profissionais da área médica garantem que um equipamento será totalmente desinfectado?
Antes de compreender como é o processo de esterilização nas unidades de saúde, é necessário classificar os materiais quanto ao risco infeccioso que apresentam:
- Materiais de risco crítico – é utilizado diretamente em vasos sanguíneos e demandam esterilização
- Materiais de risco semi crítico – seu contato é com mucosas ou com a pele danificada, e demandam desinfecção, como por exemplo, os nebulizadores
- Materiais que não apresentam risco crítico – faz contato com a pele em estado normal, como por exemplo os aparelhos de pressão
De acordo com Eduardo Gutierrez, da Axiste, empresa de materiais cirúrgicos no Rio de Janeiro “a esterilização envolve, diferentemente da desinfecção e da limpeza, a completa aextirpação de qualquer microorganismo vivo do material. Normalmente, o procedimento é feito utilizando o calor, que extermina bactérias, fungos e micróbios em geral”.
O dispositivo mais empregado nos serviços de saúde para esterilização é a autoclave. Trata-se de um aparelho cujas dimensões podem ser de um microondas a uma geladeira, dependendo do modelo, em que, através do calor e umidade submetidos à pressão, realiza a esterilização dos materiais. É muito utilizado, inclusive por profissionais de odontologia.
As autoclaves são categorizadas em modelos de paredes simples, e executa a esterilização em três etapas. Já as de paredes duplas podem exigir o uso de compostos químicos como forma auxiliar de desinfecção.