Um cirurgião italiano gerou polêmica ao afirmar que dentro de um período de dois anos será possível fazer o transplante de corpos inteiros. O assunto viralizou nas redes sociais provocando uma onda de comentários e dúvidas sobre essa possibilidade
Cirurgião italiano garante que transplante de corpo é possível
Sérgio Canavero é médico em Turim, Itália, e garante que a realização do primeiro transplante está próxima de acontecer, dependendo apenas de alguns detalhes. Canavero está montando uma equipe de pesquisas com a finalidade de explorar ao máximo as limitações do corpo humano. O cirurgião pretende fazer o lançamento do projeto em uma convenção de neurocirurgiões que acontecerá em junho, em Maryland, Estados Unidos.
Canavero vê o procedimento cirúrgico como a solução para prolongar a vida de pacientes afetados por doenças terminais. Além do imenso desafio de remover a cabeça de uma pessoa ainda viva, e enxertá-la em um corpo morto, reviver o corpo reconstruído e treinar o cérebro para se adaptar as novas terminações nervosas. A cirurgia ainda esbarra nas questões éticas da medicina, o que é o maior obstáculo.
Saiba como funciona o procedimento cirúrgico
A cabeça e o corpo do doador são refrigerados antes da cirurgia para preservação das células de ambos. A partir daí, o pescoço é cortado, as veias são unidas com a ajuda de pequenos tubos, enquanto a medula espinhal é cortada com o auxilio de uma faca que minimiza lesões neurológicas. Por fim a cabeça do paciente é enxertada na cabeça do corpo do doador.
Após o termino do procedimento cirúrgico o paciente é deixado em coma por várias semanas. Passado o período Canavero acredita que a pessoa poderá falar e sentir os movimentos do rosto. Uma das principais dificuldades que o cirurgião prevê encontrar na intervenção são as ligações do nervo da espinha que fazem a ligação do cérebro com o restante do corpo, permitindo a comunicação com todos os órgãos. Há a possibilidade desses nervos se fundirem por causa da substancia fabricada pelo organismo chamada polietileno glicol. Caso haja sucesso na cirurgia o paciente precisará ser submetido à fisioterapia por pelo menos um ano até sentir o corpo inteiro.
Médicos garantem que procedimento irá demorar para acontecer
De acordo com o Doutor Eduardo Gutierrez, da Axiste, empresa de materiais cirúrgicos, o procedimento é bastante arriscado e não deve acontecer em um espaço tão curto de tempo. O sucesso da cirurgia e recuperação do paciente são pouco prováveis. “Não existem relatos de casos que garantam que a conectividade entre espinha e cérebro possa ocorrer após um transplante de cabeça” completa Gutierrez.
Foram feitas experiências de transplante de corpo no ano de 1970, com macacos, e no ano passado com ratos na China